No começo do século XX, o célebre matriarcado da comunidade negra reunia talento, fé e criatividade nas imediações da Praça Onze, no Rio de Janeiro. Algumas senhoras baianas, chamadas de tias, moravam em casarões, onde promoviam festas que chegavam a durar uma semana. Eram bailes nas salas de visita, samba de partido alto nos fundos e batucadas nos terreiros. Essas senhoras exerciam uma liderança decisiva no cotidiano da comunidade afro-carioca. Entre elas: Tia Gracinda, Tia Sadata, que foi a fundadora do Rancho da Sereia, Tia Dadá, Tia Amélia e Tia Presciliana. Dessas senhoras, a mais conhecida e reverenciada foi Hilária Batista de Almeida, Tia Ciata, que chegou ao Rio de Janeiro por volta de 1870, com 20 anos de idade. Os estudiosos afirmam que foi em sua casa que nasceu o samba carioca. O primeiro desfile de escolas de samba, ainda extra-oficiais, aconteceu em 1932, na Praça Onze. Trinta anos depois, em 1962, após varias mudanças de endereço, aportou na Av. Rio Branco, onde pela primeira vez foram montadas arquibancadas e colocados a venda ingressos para cerca de 3.500 pessoas. Em 1984, a Passarela do Samba foi inaugurada, transformando-se no lugar definitivo para os desfiles cariocas. Do coração desses núcleos de criação do carnaval surgem duas compositoras, também cantoras: D. Ivone Lara, que em 1947, tornou-se a primeira mulher a compor um samba enredo, e Lecy Brandão. Nesse mesmo ano, Tia Eulália – Eulália de Oliveira Nascimento, abriu as portas da sua casa, na comunidade da Serrinha, para o encontro que resultou na fundação da Escola de Samba Império Serrano. A jongueira Vovó Maria Joana também foi co-fundadora dessa tradicional agremiação. A Estação Primeira da Mangueira celebrizou duas de suas lideranças: Neuma Gonzalves e Euzébia Silva Nascimento – Dona Zica, que além de desenvolverem importantes trabalhos sociais na comunidade, escreveram seus nomes em verde e rosa na história do carnaval carioca. A carnavalesca Rosa Magalhães é a responsável pela conquista de cinco títulos de campeã para Imperatriz Leopoldinense. As escolas de samba do Rio de Janeiro, sobretudo a partir dos anos 90, realizam em duas noites por ano, um dos maiores espetáculos da terra. São cerca de 50.000 foliões, entre mulheres e homens, que desfilam para uma platéia de 80.000 pessoas, sendo vistos por dezenas de milhões de telespectadores, tanto no Brasil como em várias outras partes do mundo.
Curiosidades
Confetes e serpentinas de um carnaval que passou…
Nas primeiras décadas setecentistas, os colonizadores portugueses, introduziram no país os festejos quaresmais, denominados entrudos, nos quais as pessoas, sobretudo a população que transitava diariamente pelas ruas, se emporcalhavam mutuamente, jogando água e farinha umas nas outras. Ao longo dos séculos, essas manifestações urbanas foram transformando-se no célebre carnaval brasileiro da atualidade. Em meados do século XIX, parte da sociedade reivindicava brincadeiras carnavalescas menos agressivas e sem muita sujeira. Foi então, que em 1840, a proprietária de um Hotel no Rio de Janeiro promoveu o primeiro baile de carnaval da cidade, popularizando as sofisticadas festas de mascaras realizadas somente para a nobreza durante o primeiro reinado. As cadências que animavam o salão eram as polcas, mazurcas, valsas e o maxixe, único ritmo tipicamente brasileiro tocado nas festas. Em 21 de fevereiro de 1846, a atriz e cantora italiana Clara Delmastro organizou um bem sucedido baile a fantasia no Teatro São Januário. Compareceram mais de mil casais de foliões mascarados e durou até altas horas da madrugada. O sucesso desse evento transformou definitivamente o conceito dos festejos de carnaval. A partir dessa época as mulheres “de família”, até então proibidas de participar dos entrudos, marcaram presença nos bailes cariocas.
Carlota Joaquina de Bourbon
Uma mulher condenada pela História “Praticamente não há na história luso-brasileira personagem que tenha sido tão severamente criticada e pessoalmente desmoralizada quanto Carlota Joaquina” (Francisca Nogueira de Azevedo – Professora, doutora do Departamento de História do IFCS/UFRJ). Nesses duzentos anos da chegada da Família Real ao Brasil, lembramos uma personagem intrigante e emblemática da corte portuguesa: Carlota Joaquina de Bourbon. Ela nasceu nos arredores de Madri (Espanha), em 1775; casou-se, com apenas dez anos de idade, com o então príncipe de Portugal D. João, em 08 de maio de 1785. Em 1792, D. João torna-se príncipe regente, e, por conseguinte Carlota tornou-se princesa-regente consorte de Portugal. Carlota possuía personalidade forte e grande habilidade política, no entanto o machismo da época não poderia suportar tais qualidades em uma mulher, por isso foi retratada por muitos como uma mulher histérica, ambiciosa, violenta e extravagante, em oposição ao do rei, considerado bondoso e frágil diante do comportamento da esposa. Porém, para além dos estereótipos, que a colocaram sob suspeita aos olhos do povo e em dificuldades no trato com seu marido; protagonizou inúmeros episódios que abalariam o prestígio e a confiabilidade da monarquia. Muita vezes o casal travava uma verdadeira batalha. Carlota conquistou adesões e articulou diversos planos para interditar seu marido e ocupar o trono português. Tentou evitar a vinda da corte para Colônia, não obtendo sucesso desembarcou, em 1808, na Bahia e depois no Rio de Janeiro onde fixou residência. Após a morte de D. Maria I, em 1816, o príncipe regente tornou-se oficialmente o rei D. João VI e D. Carlota Joaquina, a rainha de Portugal, Brasil e Algarve. Em terras brasileiras continuou suas estratégias de conquista do poder, mantendo-se atenta as questões políticas do “Velho Mundo”, tentou assumir o lugar de seu irmão Fernando VII, rei de Espanha, tomar posse da coroa ibérica, unir os dois reinos e torna-se Imperatriz das Américas. De volta a Portugal, em 1821, Carlota recusa-se a jurar a Constituição, tendo por isso sua cidadania portuguesa cassada. O espírito de inquietude continuava a trazer dificuldades a Carlota e sua tendência ao jogo político ainda lhe colocou em sérios apuros. Morreu em 1830.
Primeira romancista é brasileira
O primeiro romance publicado por uma mulher em língua portuguesa foi o da brasileira Teresa Margarida da Silva e Orta, em 1752. O livro se chamava Máximas de virtude e formosura e foi reeditado sob o nome Aventuras de Diófanes. Teresa utilizava o pseudônimo de Dorotéia Engrássia Tavareda Dalmira
Ascensão profissional
Uma brasileira criou, em 2002, o sistema tributário do Timor Leste. A secretária adjunta da Receita Federal, Luciana Cussi, de 50 anos partiu para uma missão de dois anos no Timor. O país é um dos mais pobres da Ásia e está em reconstrução.
Violência contra a mulher
Em junho de 2002, uma jovem de 18 anos foi estuprada por quatro homens numa província no leste do Paquistão. Ela foi condenada por uma corte tribal a sofrer um estupro coletivo pagando por um suposto envolvimento do irmão, de 12 anos, com uma mulher de uma casta superior. Esse caso não é isolado. Segundo relatório da polícia local, no mesmo mês, 53 homens foram acusados de estuprar 22 mulheres no mesmo distrito. Dessas mulheres, uma se matou e outra foi assassinada para não identificar os estupradores. Mais de 300 mulheres são assassinadas por ano no Paquistão por motivos à honra familiar.
Frases retiradas de revistas femininas da década de 50 e 60
Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957) – Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto. (Revista Cláudia, 1962) – A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1945) – A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas. Nada de incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959) – Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças,1957) – A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-núpciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara. (Revista Claudia,1962) – Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida, 1954) – É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido. (Jornal das Moças, 1957) E finalizar a mais mais de todas : – O LUGAR DE MULHER É NO LAR. O TRABALHO FORA DE CASA MASCULINIZA. (Revista Querida, 1955)
Política
Você sabia que a primeira mulher que governou o Brasil foi a Princesa Isabel? Por três vezes, na ausência do seu pai D. Pedro II por motivo de viagem, ela assumiu o trono. Em dois desses períodos, foram assinadas leis importantes como a Lei do Ventre Livre e a lei que abolia a escravidão no Brasil.
Voto feminino
O Brasil completa 70 anos do voto feminino e as mulheres são maioria nas urnas. No ano 2002, pela primeira vez numa eleição presidencial, 51% dos eleitores são mulheres. As mulheres terão 2 milhões e 300 mil votos a mais que os homens. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral. 2 – Somente no ano de 2002 foi concedido o divórcio pedido por uma mulher na Jordânia. A nova lei aceita pelo tribunal islâmico, em vigor desde janeiro, possibilitou às mulheres esta oportunidade já que antes apenas os homens podiam pedir o divórcio. Contudo, a beneficiada ainda teve que devolver parte do dote.
Na colonização do Brasil – séc. XVI
A Coroa Portuguesa, diante de recursos limitados ou falta de interesse, delegou a tarefa de colonização de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terras a nobres e pessoas de confiança do Rei Dom João VI. Este sistema ficou conhecido como Capitanias Hereditárias.