Mulheres no Poder: trajetórias na política a partir da luta das sufragistas do Brasil

O livro “Mulheres no Poder: trajetórias na política a partir da luta das sufragistas do Brasil” de autoria de Schuma Schumaher e Antonia Ceva é fruto de uma pesquisa, que se iniciou no ano de 2009, sobre a participação das mulheres no âmbito da política. Segundo as autoras: “Buscamos subsídios e materiais em acervos e instituições de todo o Brasil, recuperando memórias e histórias, muitas vezes esquecidas, da luta das mulheres do Brasil pela conquista do voto”.

O livro se inicia no século XIX, com a vinda da família real para o Brasil, revelando a participação das mulheres da côrte nos assuntos políticos, sociais e culturais do país, acompanhando a luta das sufragistas pela conquista do voto, que ocorreu por decreto em 1932, até as eleições de 2010, quando tivemos pela primeira vez na História do Brasil uma mulher à frente da gestão do país. 

Histórias desconhecidas do imaginário coletivo são narradas, como a passeata que reuniu cerca de 100 mulheres em uma das avenidas mais conhecidas e movimentadas do Rio de Janeiro, a Avenida Rio Branco, em 1919. Lideradas pela educadora Leolinda Daltro, cuja palavra de ordem era a “conquista do voto feminino”.

Bertha Lutz, Natércia da Silveira, Almerinda Gama, Alzira Soriano, Carmem Portinho são alguns nomes de sufragistas e feministas brasileiras que fizeram história rompendo barreiras de gênero e étnico-raciais bem delimitadas na sociedade da época. Além destas trajetórias, o livro, fruto de uma parceria entre a Rede de Desenvolvimento Humano, Fundação Banco do Brasil e Edições de Janeiro, traz biografias de deputadas federais, senadoras, governadoras, prefeitas das capitais, ministras de Estado e do Judiciário. 

Uma mistura de fotos, textos e contextos que emolduram trajetórias de mulheres que ocuparam e ocupam espaços de poder, tradicionalmente marcados pela hegemonia masculina. As autoras dialogam ao longo dos capítulos com a pauta política do movimento de mulheres, trazendo momentos e conquistas marcantes dentro do congresso nacional, como a aprovação da Lei Maria da Penha, nº 11.340/2006, que coibe a violência doméstica contra as mulheres.

De acordo com as autoras o objetivo é promover uma mudança de mentalidade arraigada na sociedade e na cultura brasileiras, valorizar e estimular uma maior representatividade das mulheres nos espaços de poder, superando preconceitos e atitudes discriminatórias.