Bibi Vogel (1942 – 2004)

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: RJ
  • Etnia: Branca
  • Atividade: Atriz, modelo e cantora

Descrição:

Sylvia Dulce Klener, mais conhecida por Bibi Vogel. Nasceu no Rio de Janeiro a 2 de novembro de 1942. Era filha de imigrantes judeus alemães, que vieram para o Brasil, após a 2ª Guerra Mundial, fugidos do nazismo alemão.
Atriz, cantora e compositora, modelo fotográfico e militava em defesa dos direitos das mulheres. São muitos os atributos desta mulher que lutava pela liberdade de escolha e expressão. Foi atuante fervorosa na segunda geração de feministas no Brasil.
Na adolescência o esporte era sua paixão tendo por preferência o vôlei. Era atleta do Centro Israelita Brasileiro – CIB, onde também teve sua estréia no palco do teatro amador que acontecia no centro. Seu primeiro trabalho profissional foi no Maison de France, com a peça O ovo, de Felicien Marceau. Neste período iniciou estudos na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Em tudo que se envolvia, dedicava-se com afinco e paixão.
Em 1965 casou-se com o norte-americano Bill Vogel, músico e professor de literatura e foi morar nos EUA com ele. Conheceu Sérgio Mendes, sendo convidada a integrar o grupo musical Sérgio Mendes & Brasil 66 e com ele, subiu ao palco do consagrado Carnegie Hall, em Nova Iorque.
Em 1968 voltou para o Rio de Janeiro, concluiu a Faculdade de Belas Artes e na seqüência, morando em São Paulo, fez um teste para modelo fotográfica para Editora Abril, sendo imediatamente contratada. Esteve nas capas de várias revistas de moda, sendo durante um ano a modelo mais fotografada do Brasil.
Esteve no elenco da primeira montagem do musical Hair, em 1969. Com o sucesso desta produção, entrou para o Teatro de Arena, contracenando com os grandes ícones do teatro brasileiro como, Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Lima Duarte. Com a montagem da peça Zumbi, participou do 1º Festival Latino-Americano de Teatro, em Bueno Aires, no final dos anos 70, e foi nesta turnê que conheceu o ator, diretor e autor teatral, Alfredo Zemma, com quem se casaria tempos depois. Em 1971 participou do Festival Mundial de Teatro, em Nancy-França.
Considerada um dos mais belos rostos das telenovelas no final dos anos de 1960 e toda a década de 70. Na TV foi apresentadora do programa Concertos para juventude; participou de várias novelas: “Nino, o italianinho” e “A fábrica” (1971), ambas da extinta TV Tupi; Os ossos do Barão (1973); O espigão (1974); Bravo (1975); Espelho mágico (1977); e seu último trabalho, no SBT, foi na novela Chiquititas (1997).
No cinema participou dos filmes: Pança de valente; Bebel, garota propaganda; Anuska, manequim e mulher, todos lançados no ano de 1968; Meu nome é Tonho (1969); Elas (1970); Diabólicos herdeiros (1971); Motel e O homem célebre, ambos em 1974; O pai do povo (1976); Ipanema adeus (1975); Deixa, amorzinho…deixa (1978); A morte transparente (1979).
Em 1976 mudou-se com, seu marido, Alfredo Zemma, para Bueno Aires. Em março de 1979 nasceu sua única filha Mayra. Em seguida engaja-se no moviemento feminista, período em que iniciou sua militância na luta em defesa da amamentação defendendo o direito da mulher em escolher por amamentar ou não seu bebê. É com esta bandeira que no ano de 1980, junto com outras feministas funda o grupo de mães Amigas do Peito. Após 1985 passa a trabalhar em Bueno Aires como voluntária na Asamblea Permanente por los Derechos Humanos. Fez parte do 5º Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, onde lhe coube a responsabilidade de organizar a primeira oficina sobre a amamentação e o feminismo. Na década de 1990 participou dos tres primeiros simpósios argentinos de amamentação, esteve em Mar Del Plata-Argentina do Encontro Preparatório para Beijing e, em, 1996 apresentou um trabalho no Congresso em Bangkok-Tailândia.
Bibi Vogel era uma mulher do mundo e não tinha medo de desafios. Quando morou na Europa, fez diversos trabalhos dentre eles lanterninha de cinema na Inglaterra e trabalhou em uma fábrica de balas na Holanda. Aprendeu vários idiomas, inglês, francês, espanhol e alemão.
Era uma apaixonada pela vida, fazia diversas atividades ao mesmo tempo. Mulher incansável, lutadora. Faleceu em uma manhã de sábado em Bueno Aires, Argentina no dia 3 de abril de 2004, acometida por um câncer de estômago.