Bel Baltar (1947 – 2008)

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: PE
  • Etnia: Branca
  • Atividade: Socióloga e militante feminista

Descrição:

Bel Baltar – Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues (1947 -2008)

Socióloga e militante feminista

Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues, carinhosamente chamada de Bel Baltar, nasceu em Pernambuco em 1947. Era conhecida por sua luta em prol dos direitos humanos, direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na luta em favor da legalização do aborto.

Era mãe de quatro filhos. Quando estava grávida da sua primogênita, no auge do regime militar, foi presa e torturada. A perseguição e violência sofrida nunca a desviaram de seus objetivos políticos e humanitários.

Considerada uma das mais importantes sociólogas brasileiras, possuía formação primorosa: Graduação em Ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1969); mestrado em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (1980); doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e pós-doutorado pelo Centro de Estudos Demográficos da Universidade Autônoma de Barcelona – Espanha (2000).

Era professora colaboradora e membro do Conselho do Programa de Pós-graduação em Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Desenvolvia pesquisas sobre políticas populacionais, saúde reprodutiva e saúde da mulher trabalhadora. Foi integrante da coordenação do Programa de Estudos em Saúde Reprodutiva e Sexualidade do Núcleo de Estudos de População da Unicamp, entre 1993 a 1999.
Em 2001 foi eleita Secretária Executiva da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (Rede Feminista de Saúde). De 2003 até sua morte participou do Conselho Consultivo da Red de Salud de lãs Mujeres Latino americanas y del Caribe (RSMALC).

Entre os anos de 2004 a 2006 integrou o Comitê Assessor Nacional da Comissão Intergovernamental de Saúde Sexual e Reprodutiva do Mercosul do Ministério da Saúde. Atuou como membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) e integrava o Conselho Consultivo de Católicas pelo Direito de Decidir.

Os adjetivos carinhosos se somam ao pesar de uma morte repentina: brilhante, parceira, amiga, talentosa, companheira, doce, sorridente, gentil, amável, comprometida, responsável, tranqüila, atenta, perspicaz, conciliadora, propositiva…Reconhecimento do feminismo brasileiro a figura emblemática de Bel Baltar. Sua representatividade na luta por igualdade a colocou entre os expoentes do feminismo brasileiro e latino americano. Sua trajetória representa por si só a carreira de uma mulher brilhante e a figura humana respeitada e adorada.

No dia 14 de outubro de 2008, durante o trajeto de São Paulo a caminho de seu trabalho na Unicamp faleceu vitimada por um acidente de trânsito aos 61 anos de idade, deixando um legado de luta e reivindicações em prol da equidade de gênero.