Tia Doca (1933 – 2009)

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: Desconhecido
  • Etnia: Negra
  • Atividade: Pastora da Velha Guarda da Portela

Descrição:

Tia Doca – Jilçária Crus Costa (1933-2009)
Pastora da Velha Guarda da Portela

Toca o surdo, pandeiro e tamborim para esta figura emblemática do samba carioca. Jilçara Crus Costa, carinhosamente chamada de Tia Doca foi integrante da Velha Guarda da Portela desde 1970 e referência nos subúrbios cariocas de Oswaldo Cruz e Madureira, berço da Escola.

Antes de dedicar-se exclusivamente ao samba foi tecelã e empregada doméstica. Teve 03 filhos e foi casada com Doca. Após a separação do marido criou, em 1979, um dos mais importantes espaços de pagode da cidade – O Terreirão da Tia Doca -, onde diversos cantores de samba descobriram sua vocação, dentre eles pode-se citar Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, dentre outros talentos. Com o sucesso o repertório da roda de samba virou um cd, em 2000, intitulado Pagode da Tia Doca.

Pastora da Portela, desde 1970, tocava, cantava e sambava. Era uma das vozes femininas do samba, participava de inúmeros eventos promovidos pela Escola, rodas de samba, fazia shows. Com sua escola do coração apresentou-se na Itália, França e Estados Unidos.

Gravou com Zeca Pagodinho e Beth Carvalho. Foi uma das figuras homenageadas no documentário O Mistério do Samba, dirigido Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor e produzido pela cantora Marisa Monte, em 2008. Também corria nas veias a criatividade de compositora. É de sua autoria os sambas Temporal e Orgulho Negro, este último imortalizado na voz de Jovelina Pérola Negra.

Não foi apenas Madureira que chorou na tarde de domingo do dia 25 de janeiro de 2009, quando o coração que batia no ritmo e na cadência do samba parou. Também o mundo do samba chorou com a morte de uma das figuras mais ilustres da passarela, do palco e da alegria carioca – Tia Doca.