- Volume 2
- Século: XX
- Estado: GO
- Etnia: Negra
- Atividade: Liderança quilombola e parteira
Descrição:
Como os/as demais remanescentes Kalunga, mãe Procópia, como é carinhosamente tratada pela comunidade, apenas ao final da década de 1980 teve permissão das autoridades, para se locomover para rios e serras que demarcam os limites da comunidade em Montes Claros, no estado de Goiás. Iniciava-se ali uma longa, árdua e constante batalha – sempre com o apoio do marido Salú, dos filhos/as, netos/a e bisnetos/as-, até hoje travada em defesa da cultura e da regularização das terras Kalungas.
Sua liderança é reconhecida por todos/as e resultado da mobilização comunitária que promove entre os/as remanescentes do quilombo. A grande preocupação de mãe Procópia, em relação ao futuro das crianças e jovens quilombolas, muitos dos quais, como parteira ajudou a trazer ao mundo, fez com que essa mulher, analfabeta, conseguisse das autoridades a instalação de uma escola na comunidade. Também esteve à frente do processo que embargou a construção da hidrelétrica Foz do Bezerra, no rio Paranã e que iria alagar toda a região.
Em 2005, Procópia foi uma das 52 brasileiras indicadas ao Prêmio Nobel da Paz, escolhidas por um comitê internacional, com sede na Suíça, composto por organizações não-governamentais feministas e de direitos humanos, para integrar o Projeto Mil Mulheres, apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU).