Mãe Beata de Iemanjá (1931 – )

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: BA
  • Etnia: Negra
  • Atividade: Mãe-de-santo

Descrição:

Beatriz Moreira Costa mais conhecida como Mãe Beata de Iemanjá, nasceu em 20 de janeiro de 1931, em Cachoeira de Paraguaçu, Recôncavo Baiano. Na década de 1940, a menina Beata (como é conhecida desde a infância) muda-se para a cidade de Salvador, ficando aos cuidados de sua tia Felicíssima e seu marido Anísio Agra Pereira (Anísio de Logum Ede, babalorixá).
Casa-se com Apolinário Costa, com quem teve quatro filhos (Ivete, Maria das Dores, Adailton e Aderbal). Em 1969, Beata separa-se do marido e migra para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Para promover o sustento de sua família Beata exerceu várias atividades como empregada doméstica, costureira, manicure, cabeleireira, pintora e artesã. Trabalhava como figurante na Rede Globo de televisão, quando a empresa descobriu seu grande talento como costureira, função na qual foi contratada até se aposentar.
Alguns nomes como, Mãe Regina Bambochê e Tia Davina, tornaram-se referenciais para a vida, a luta, a cultura e a religiosidade dos afro-brasileiros, e mãe Beata figura entre esses expoentes no universo fluminense. Manteve contato freqüente e atuou em várias comunidades de terreiro no Rio de Janeiro. Na década de 1980, Beata foi inciada no terreiro de Mãe Olga do Alaketo, uma das figuras mais expressivas do candomblé no Brasil. Na mesma década abre o Terreiro Ilê Omi Ojú Arô (Casa das Águas dos Olhos de Oxóssi), localizado em Miguel Couto, na Baixada Fluminense, onde ocupa o cargo de Ialorixá.
Mãe Beata participa intensamente de movimentos pela valorização da religiosidade afro-brasileira e luta pela cidadania do povo negro. O espaço da Casa de Candomblé passa a ser utilizado como referência da resistência da religião, cidadania, cultura e dignidade da população afro brasileira, com foco na defesa dos direitos das mulheres negras, investindo no intercâmbio das mulheres dos terreiros com o movimento feminista. Como escritora retrata a realidade da tradição das Comunidades de Terreiro nas obras Caroço de Dendê, Sabedoria dos Terreiros, Tradição e Religiosidade, O livro da saúde das mulheres negras e As histórias que minha avó contava.
Mãe Beata de Iemanjá recebeu no dia 07 de março, o diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz de 2007, do Senado Federal, em sessão solene do Congresso Nacional. Essa sacerdotisa, reconhecida pela liderança e capacidade de articulação é, atualmente presidente de honra do grupo de mulheres negras Criola.