Lia Torá (1904 – 1972)

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: RJ
  • Etnia: Branca
  • Atividade: Primeira brasileira a filmar em Hollywood, fundar uma companhia cinematográfica nos Estados Unidos e a escrever roteiros de filmes.

Descrição:

Primeira brasileira a filmar em Hollywood, fundar uma companhia cinematográfica nos Estados Unidos e a escrever roteiros de filmes.

Nascida Horácia Corrêa D´Ávila, em 12 de maios de 1904, no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, era descendente de espanhóis e de portugueses. Após curso na Academia de Dança, em Barcelona, integrou o corpo de dança da mundialmente conhecida Companhia Revista Velasco.

Regressando ao Brasil conhece e se apaixona por Julio Moraes, casado, pai, herdeiro de uma das maiores fortunas do país, com quem se casa, rompendo preconceitos. Lia torna-se mãe dos gêmeos Mario Júlio e Júlio Mário.

Em 1926 seu sonho de ser uma estrela do cinema começa a ganhar força. Lia participa do Concurso de Belleza Photogênica Feminina e Varonil da Fox Film, que realizado em vários países, buscava busca formar um casal de atores para atuar em Hollywood.

Dois anos depois e residindo na Suíça com a família, Lia Torá recebe um telegrama da Fox comunicando haver sido escolhida no lugar de Eva Nil que, tendo nascido no Egito, precisou desistir da competição por não ser brasileira como exigia o regulamento. Lia faria par com o repórter Olympio Guilherme, que se encontrava então no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, fazendo a cobertura do concurso para um jornal de São Paulo.

Apesar da resistência inicial do marido Lia seguiu para Hollywood. Sua grande chance ocorreu em 1929, quando estrelou ´The Veiled Woman´ (A Mulher Enigma), escrito por ela e dirigido por Emmett Flynn. Em 1930, ela e Olympio Guimarães participaram como Mestres de Cerimônia, em “King of Jazz” e, em 1931, trabalhou em “Don Juan Diplomático”, de Arthur Gregor e “Soñadores de la Glária”, de Miguel Torres.

O cinema mudo chegava ao fim com o aparecimento do som. Lia Torá falava espanhol, português e francês, contudo, não dominava com perfeição o inglês. Com o final de seu contrato com a Fox se aproximando e percebendo o que acontecia, fundou sua própria companhia cinematográfica, a Brasilian Southern Cross Production. Sua despedida das telas americanas foi em “Hollywood Ciudad de Insueño”, escrito e estrelado pelo ator chileno José Bohr.

Retornando ao Brasil, Lia Torá morou no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro e se dedicou ao automobilismo, sua segunda grande paixão, tornando-se conhecida no circuito do bairro da Gávea. Em 1971, um ano antes de seu falecimento, participou do filme As Confissões de Frei Abóbora, dirigido por Braz Chediak, ao lado de nomes como Tarcísio Meira e Norma Bengel, entre outros.