Alaíde Costa (1935 – )

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: RJ
  • Etnia: Negra
  • Atividade: Cantora e Compositora

Descrição:

Alaíde Costa (1935- XXXX)

Cantora e compositora

Alaíde Costa Silveira Mondin Gomide, a menina negra que desde pequena cantarolava pelos cantos da casa nasceu no Rio de Janeiro (RJ). Aos 13 anos venceu o concurso de melhor cantora jovem, no programa Seqüência G3, da rádio Tupi, do Rio de Janeiro, comandado por Paulo Gracindo. A partir de 1952, passou a freqüentar os programas de calouros A Hora do Pato e Pescando Estrelas, este apresentado por Ary Barroso na Rádio Clube do Brasil, pela qual foi contratada.

Seu primeiro disco foi gravado em 1957, Tarde demais de Hélio Costa e Anita Andrade, rendendo-lhe o prêmio Revelação do Ano, ainda no mesmo ano, também pela Odeon, gravou Conselhos, de Hamilton Costa e Richard Franco e Domingo de amor de Fernando César. Em 1959, atraída para a Bossa Nova, por João Gilberto, incluiu músicas desse movimento em seu primeiro disco pela RCA: Estrada branca (Tom Jobim e Vinícius de Morais), Lobo bobo (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), grande sucesso, e Minha saudade (João Donato e João Gilberto), além de haver participado de diversos shows.

Em 1960, em primeira oportunidade em São Paulo, SP, participou do Festival Nacional da Bossa Nova, no Teatro Record. Cidade para onde se muda definitivamente em 1962, após o casamento e dois anos mais tarde se consagra com o show O fino da bossa, realizado no Teatro Paramount, cantando Onde está você (Oscar Castro Neves e Luverci Fiorini), música que lhe valeu um contrato por dois anos com a TV Record. Sucesso que lhe trouxe muitos convites e as apresentações de 1964 e 1965: teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, com Oscar Castro-Neves; I Festival Universitário da TV Tupi, de São Paulo e recital de canções renascentistas Alaíde alaúde, com o maestro Diogo Pacheco, no Teatro Municipal de São Paulo.

Conseqüência dos problemas de saúde, que a partir de 1966 prejudicaram sua audição interferindo no canto, bem como, por acentuada fidelidade ao repertório que executava até então, Alaíde decide afastar-se da vida artística. Seu retorno, em 1972, se deu através da faixa Me deixa em paz, do LP Clube da Esquina, de Milton Nascimento, com quem realizou também várias apresentações no Teatro Teresa Raquel e na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, retomou as gravações através do lançamento de dois compactos: Diariamente (Paulo César Girão e Gérson), Antes e depois (Oscar Castro-Neves); Diz (Walter Santos e Teresa Sousa); Enlouqueci (Luís Soberano, Valdomiro Pereira e João Sales), Ansiedade (Paulinho da Viola) e E a gente sonhando (MiIton Nascimento). Da mesma década, 1975, é a regravação de Onde está você.

Sete anos depois, em 1982, Águas vivas, que chega ao público como produção independente, anos mais tarde daria origem ao CD Alaíde Costa e João Carlos Assis Brasil (1995), lançado pela gravadora WEA, tanto no Brasil, como na França. Em 1988, também como LP independente, foi a vez de Amiga de verdade, em que canta ao lado de Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Ivan Lins, Egberto Gismonti e outros.

O espetáculo Coração violão, acompanhada por Paulinho Nogueira, Alaíde Costa canta Tom Jobim, acontecem em São Paulo, em 1991. Sua apresentação, em 1994, no Rio de Janeiro, ao lado do pianista João Carlos Assis Brasil, registrado em CD chega ao público pela Movieplay no ano seguinte. Em setembro de 1997, José Miguel Wisnik convidou-a para Rumos Musicais, do Instituto Cultural Itaú, de São Paulo.

Em Afinal e também em parcerias com Vinícius de Morais, Geraldo Vandré, Paulo Alberto Ventura e Hayblan, atuou como compositora, respondendo ainda por letra e música. Alaíde, considerada por muitos a grande dama da canção, com quinze discos gravados comemorou em 2007, cinqüenta anos de lançamento de seu primeiro disco.